As estatísticas do Ministério da Indústria Comércio Exterior e ServiÇÃOs (MDIC) mostram que nos últimos anos houve uma forte oscilação nas importaÇÕes brasileiras de milho. A demanda pelo cereal estrangeiro surge, principalmente, das empresas do segmento de produção de raÇÕes, que abastecem as granjas de suínos, aviários e em pare a pecuária de corte e de leite. Também, do consumo de derivados destinados para a alimentação humana.
Neste contexto, o ano-safra 2015/2016 pode ser considerado atípico, pois grande parte das lavouras foram atingidas pela estiagem e geadas, o que resultou em significativa redução na quantidade produzida no Rio Grande do Sul e no Brasil. Para a safra 2018/2019, as projeÇÕes da Conab apontam para uma produção que deve variar entre 90,01 mi/t e 90,95 mi/t.
De acordo com informaÇÕes de mercado, o milho produzido na Argentina e no Paraguai está com preÇÃOs competitivos, fato que explica a utilização do mesmo na indústria regional de produção de raÇÕes. Por outro lado, é importante destacar o crescente consumo do cereal no mercado brasileiro, que deve alcançar 66,5 milhões de toneladas no ano safra 2018/2019, conforme projeÇÕes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Apesar das recentes importaÇÕes, o produtor brasileiro ainda é o principal responsável por abastecer o mercado Zdoméstico e as projeÇÕes apontam que no ano-safra 2018/2019 ele tende a abastecer cerca de 89% do consumidor brasileiro, restando 1% para as importaÇÕes e 10% para os estoques reguladores, conforme é possível observar na Figura 3.
Por fim, a tendência é de que o mercado para o milho produzido no Brasil continue aquecido, principalmente puxado pela intensificação nas exportaÇÕes de carnes suína e de frango, uma vez Rússia, China e índia tendem importar maior volume de proteína animal e o mercado doméstico tende a consumir mais, principalmente em resposta a recuperação da atividade econômica.
Quanto aos preÇÃOs pagos aos produtores, em especial na região noroeste do Rio Grande do Sul, a análise gráfica mostra que R$ 45,00/sc é o limite de resistência e R$ 38,00/sc é o suporte. Portanto, a considerar as expectativas de oferta e demanda e o comportamento histórico dos preÇÃOs, o mercado tende a flutuar nestes patamares, desde que a produção estimada para a próxima safra se viabilizar e a taxa de câmbio não se altere significativamente.
Nilson Luiz Costa – Economista, Dr. em Ciências Agrárias. Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios (UFSM-Palmeira das Missões) – Mestrado
Acadêmico e Docente do Curso de Graduação em Ciências Econômicas (UFSM-Palmeira das Missões). E-mail: nilson.costa@ufsm.br; web: https://www.ufsm.br/grupos-de-pesquisa/npea/
Postada originalmente em: 2018-11-17 10:00:00
Categoria original: Coluna
Fonte: Prof. Dr. Nilson Luiz Costa