A casa onde uma mãe e três filhos morreram intoxicados em março deste ano por intoxicação de monóxido de carbono, em Vacaria, deve ser demolida. Pelo menos essa é a intenção da Prefeitura, que aponta riscos de mais acidentes e os relatos frequentes invasões e ocorrências no local. Somente em julho deste ano, dois incêndios foram registrados no intervalo de 10 dias.
O local onde aconteceu a tragédia era do município até 1987. Foi repassado à União e pertence ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na época, a propriedade na Rua Noel da Rosa, no bairro Vitória, foi doada para construção de um posto de fiscalização do órgão ambiental, que passou a administrar o local. Com a saída do IBAMA, a família que morreria intoxicada passou a ocupar a casa sem autorização, mesmo não contando com estrutura básica, como energia elétrica.
O diretor de Captação de Recursos de Vacaria, Daniel Bueno, ressaltou que o município já havia solicitado o terreno à União, antes do grave incidente de março.
Bueno também disse que o processo para a demolição do local está avançando, faltando apenas a resolução de detalhes burocráticos para que se efetive. O município enviou um laudo para a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) explicando que, com os incêndios recentes, a estrutura da casa ficou comprometida, necessitando a demolição. Segundo informações, o laudo foi bem aceito pela SPU.
“A prefeitura solicitou que esse imóvel tenha, através do laudo do embasamento da Defesa Civil, feito pelo engenheiro da prefeitura, a demolição da casa. Isso visa o fim das ocupações indevidas, invasões no local e que esse imóvel e o terreno sejam repassados para a prefeitura.” afirmou Bueno.
No dia 19 de agosto, equipes da prefeitura têm reunião marcada com a SPU. A tendência é de que ocorra um avanço significativo a partir do encontro. Se a propriedade for entregue ao município de Vacaria, uma possibilidade é instalar a sede da Guarda Municipal no terreno.
Relembre o caso
No dia 10 de março deste ano, um homem e cinco crianças foram levados inconscientes ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira. A mulher, de 36 anos, já estava morta. As crianças de 15, 11 e 3 anos também não sobreviveram. Na ocasião, o gás emitido por um gerador de energia elétrica movido a gasolina deixado no interior do imóvel intoxicou a todos.
Após 22 dias internados, os irmãos, de nove e sete anos, tiveram alta hospitalar no dia 1ª de abril. O padrasto, Maique Santos da Silva, de 31 anos, também teve alta dias antes
Em depoimento à polícia, Maique, que seria companheiro da mulher que morreu no local, estava dormindo junto com todos e afirmou que a família já tinha costume de ligar o gerador dentro de casa. Porém, eles desligavam o equipamento após algum tempo de uso. No depoimento, ele disse que no dia do fato adormeceram e ninguém desligou o gerador.
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Fonte: Portal Leouve