‘Está vindo com um mês de antecedência’, diz epidemiologista Pedro Hallal sobre 3ª onda da Covid no Brasil

Pedro Hallal em entrevista à GloboNews — Foto: Reprodução / GloboNews
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Prevista por especialistas inicialmente para ocorrer no final do mês de junho ou início de julho, a 3ª onda da Covid-19 está mais próxima do Brasil, segundo o epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, durante entrevista à GloboNews, na manhã desta quarta-feira (26).

“Essa 3ª onda está vindo antes do esperado, pelo menos na minha percepção. Eu achei que ela começaria com um pouco mais de força no final de junho, começo de julho, ela está vindo com um mês de antecedência”, diz.

De acordo com Hallal, a situação é preocupante já que o Brasil está com uma média diária alta de óbitos por Covid. A média móvel nos últimos 7 dias chegou a 1.835, na terça (25).

“A 3ª onda tem potencial de ser devastadora se o Brasil não levá-la a sério, como aliás não levou a sério nem a primeira, nem a segunda onda. No caso do Brasil, a 3ª onda é extremamente preocupante porque a gente já parte de um patamar muito alto. O momento que está começando nós já estamos com 2 mil mortes de média móvel diária, então assim, não tem como fazer uma previsão otimista”.

Entre os motivos para o aumento no número de casos de Covid está a maior circulação de pessoas após a redução de medidas restritivas.

“No ano passado os casos foram subindo, subindo, chegamos em mil mortes por dia, aí demos uma estabilizada, o que se fez, ao invés de manter as restrições pros casos caírem, a gente começou a reabrir. Os números foram subindo de novo, chegaram a 2 mil óbitos por dia. Estabilizaram agora. O que a gente faz de novo, ao invés de manter as restrições para descer esse número, a gente começa a reabrir. Com essa reabertura o que vai acontecer, o vírus não perdoa, a gente vai ter uma 3ª onda”, destaca.

Controle da variante

Hallal destaca que a variante indiana identificada no Brasil se mostra mais transmissível.

“E infelizmente essa 3ª onda tem a tendência de ser mais grave ainda do que as anteriores, especialmente se nós não conseguirmos controlar a disseminação dessa variante indiana”.

“A gente já sabe que ela é mais transmissível. O que não temos certeza ainda, e precisa de novos estudos, é se ela é mais agressiva também”.

Segundo o epidemiologista, testes feitos com as vacinas disponíveis no país mostram que os imunizantes são eficazes contra a cepa indiana.

Para o controle da disseminação da variante, o Ministério da Saúde e alguns estados têm realizado barreiras sanitárias em fronteiras e aeroportos.

“Eu vejo pelo menos alguma luz no sentido de ouvir a ciência e controlar a disseminação dessa variante. Talvez não seja suficiente para impedir a chegada da variante, mas se conseguir impedir a disseminação rápida já é uma vitória em comparação com períodos anteriores, em que o Ministério da Saúde negava qualquer ação relacionada à ciência”, diz Hallal.

Vacinação

Ainda para tentar controlar a devastação que pode ser provocada pela 3ª onda, Hallal destaca que o Brasil precisa ter a vacinação como principal meta.

“Nós precisamos vacinar 1,5 milhão de pessoas por dia. No começo da pandemia a gente estava vacinando 300 mil por dia, a gente conseguiu aumentar este número para cerca de 700, 800 mil em média, depois houve uma certa diminuição […] se nós chegarmos a 1,5 de média por dia a gente consegue imunizar toda a população brasileira elegível, tirando as crianças, até o final do ano, e com isso a gente vai chegar numa situação boa que nem outros países”

Para o epidemiologista, ainda falta um entendimento maior de parte da população sobre os objetivos e a importância da imunização. Segundo ele, para barrar a circulação do vírus, é necessário um alto percentual de população vacinada, de cerca de 70%.

“A vacina tem dois objetivos: o primeiro é a proteção individual. A pessoa recebendo a dose no seu braço ela desenvolve uma proteção, especialmente contra casos graves e óbitos. O segundo objetivo é evitar a transmissão, evitar a circulação coletiva do vírus. Eu vejo que a população está ficando aliviada quando recebe a dose no seu braço, mas ela não pode esquecer por exemplo, que essa pessoa pode transmitir essa doença pra outro. Então enquanto não tivermos 70% da população vacinada, a gente não pode descuidar das medidas de proteção individual”, destaca.

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