Primeiro Deus criou o céu e a terra, fez a noite e o dia, as águas e a vida. Criou também o homem. Assim conta uma das mais belas histórias sobre a criação do mundo. Existem outras versões científicas, entretanto, as metáforas também nos fazem refletir de maneira significativa as diferentes realidades.
Na história mencionada, o primeiro homem, chamado Adão, foi tentado por Eva e comeu a fruta proibida. Foi expulso do paraíso e hoje está por aí.
Depois, comeÇÃOu viver a sua maneira, inventando rodas de pedra, de madeira até chegar ao molde que temos hoje. Que criatividade! Que evolução!
Fez casas, prédios, ainda não conseguiu inventar casas suspensas no ar, é certo, mas quem sabe do futuro? Quem garante, de fato, o passado? O que sabemos apenas é do momento presente.
Vivemos em constante evolução tecnológica. A máquina de escrever faz parte do passado de muitos brasileiros, afinal, estamos na era da informática, do computador, mais e mais máquinas.
A importância da tecnologia tornou-se, ao longo dos tempos, indiscutível, pois o que seríamos nós sem todos esses avanÇÃOs científicos. Há, no entanto, um problema ao colocar a tecnologia acima do próprio ser humano, das crianças, dos velhos e tudo aquilo que deveria ser mais importante, tal como os afetos ou as relaÇÕes familiares.
Talvez, uma das explicaÇÕes para tudo o que vem ocorrendo em nossa sociedade esteja no próprio pecado original de Adão. Quem sabe esse homem esqueceu-se daquilo que é mais caro ao ser humano e julgou que sendo um ser pensante e criativo o bastante chegaria aos céus, ao ápice da vida.
Entretanto, em muitas situaÇÕes verificamos um verdadeiro retrocesso, seja ele intelectual ou social. Pensar que em pleno século XXI jovens, por exemplo, que têm tantas ferramentas tecnológicas a seu favor, estão tendenciosos a uma alienação muito maior do que os do passado, daqueles que estudaram em escolas sem acesso a internet, porém ao menos aprenderam a pesquisar e não apenas utilizar teclas de copiar e colar, aprenderam a ler, a interpretar, mesmo sem todas as flexibilidades da atualidade, é confirmar que nem tudo que se refere à modernidade apresenta melhores resultados do que em outros tempos.
Com o passar dos anos, devemos lapidar-se e não fazer da “maçã , aquela de Adão, a justificativa para saírem do caminho do crescimento. Esse não é um processo simples e, também, não depende apenas da evolução tecnológica. Depende, muito mais do que focamos, objetivamos.
é preciso repensar nossa forma de ver e de viver neste mundo, pois embora o homem do século XXI tenha iniciativa, deve caminhar de maneira humanizada e reflexiva ao lado do desenvolvimento tecnológico, pois embora os tempos sejam outros, o homem Adão ainda pode ser tentado por Eva e ser expulso do seu próprio paraíso em que vive.
Postada originalmente em: 2016-10-27 13:00:00
Categoria original: Coluna Semanal
Fonte: Luciane Marangon Della Flora