É no momento que a alma está só, que sentimos a falta de um abraço apertado, daqueles que tocam o que há de mais profundo em nós mesmos. Talvez, foi na corrida desenfreada da vida adulta, na mecanicidade do mundo moderno que chegamos ao clímax de um enredo mundano de destino incerto.
Sem planejamento, de repente, nos deparamos com uma barreira do toque e chegamos a um período da mais profunda reflexão sobre a vida. O que realmente importa? Quem pode estar conosco agora?
Tínhamos e, num piscar de dias, não podemos mais ter. Como um trem desenfreado, a sensação de solidão invade tanta gente na hora de fechar os olhos. Alma sozinha, reduzida a ela mesma, vivendo um turbilhão de lembranças, sem saber onde irá chegar.
Os planos foram desfeitos, adiados. Os sorrisos não são tão felizes, omitindo-se atrás de uma cortina de medo, aliado à esperança de superação.
Caminhamos com passos mais cautelosos, percebendo que o que realmente importa é o que hoje falta a tanta gente. Aos abraços ausentes, daqueles que acalentam a alma, no próximo instante desse nosso enredo, é possível que uma alma não solte mais a outra. Vivemos uma parada brusca, que sacudiu a cegueira da humanidade.
É dado o momento em que talvez muita gente se dê conta sobre o que de fato importa. Entre questionamentos e reflexões, sabemos que enquanto pudermos sentir o acalento de um abraço daquele que amamos, viveremos um pouco mais, até que chegue a hora da partida. Aprecie os bons momentos e, quando puder, abrace um pouco mais!
Fonte: Luciane Marangon Della Flora