A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (07/03) a Operação Plata y Plomo, com o objetivo de coibir um grupo criminoso especializado na importação ilícita de baterias e sucatas de baterias estrangeiras, internalizadas pela fronteira entre Santana do Livramento/RS e Rivera/URU.
Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de prisão em Santana do Livramento e 13 mandados de busca e apreensão distribuídos entre os municípios de Santana do Livramento/RS, Novo Hamburgo/RS, Sangão/SC, Concórdia/SC e Brusque/SC. Além disso, ordens de bloqueio de aproximadamente R$ 6 milhões de reais em contas bancárias dos suspeitos foram executadas, assim como o sequestro e apreensão de bens móveis e imóveis, todos expedidos pela Justiça Federal da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento/RS.
A investigação teve início em maio de 2023, após a apreensão de um caminhão carregado com sucatas de baterias e baterias novas de procedência estrangeira. As mercadorias trazidas do Uruguai eram transportadas de forma dissimulada, utilizando notas fiscais falsas emitidas por empresas de Novo Hamburgo/RS e de Santa Catarina. Estima-se que mais de 950 toneladas de baterias tenham sido introduzidas irregularmente em um período de apenas nove meses, além de uma movimentação financeira paralela de mais de R$ 6 milhões de reais pelos investigados.
A operação visa desvendar os mecanismos de introdução ilícita de mercadorias no Brasil e as metodologias de lavagem de dinheiro utilizadas pelo grupo. Há indícios de que veículos registrados em nome de terceiros sejam usados como pagamento de mercadorias, enquanto contas bancárias de passagem são empregadas para blindar e dissimular as movimentações financeiras.
O comércio ilícito de baterias na fronteira é uma prática recorrente que permite a capitalização de grupos criminosos para viabilizar outros crimes, como lavagem de dinheiro, contrabando e evasão de divisas. Além do alto potencial de degradação ambiental, esse tipo de crime apresenta um grande lucro oriundo da revenda e manufatura de chumbo extraído das baterias contrabandeadas.
O nome da operação, Plata y Plomo, faz referência à correlação entre a revenda de chumbo (plomo) e os efeitos econômicos (plata) do contrabando de baterias.
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Fonte: Agora no Vale