Polícia de SC faz busca e apreensão em construtora de Frederico Westphalen

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A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção – DECOR/DEIC, deflagrou, nesta terça-feira, 15, operação policial a fim de apurar irregularidades/ilicitudes ocorridas no município de Forquilhinha, em SC.

As investigações apuraram indícios de fraude à licitação na concorrência pública destinada à construção do ginásio anexo à escola do Bairro Santa Líbera. Foram, ainda, identificados indícios de fraude à licitação nas três concorrências públicas destinadas à cobertura do ginásio. Também há indícios de fraude na carta convite destinada à contratação de uma empresa para a execução de aterro do mesmo ginásio.

Além disso, o Termo Aditivo n.º 02 do Contrato resultou em um prejuízo de R$ 800 mil para o município. A obra de cercamento do ginásio de esportes gerou diversos custos adicionais, que, teoricamente, foram cobertos pela emissão da carta convite realizada para a execução de um aterro no local da obra. Os valores gastos identificados pela investigação foram consideravelmente inferiores, uma vez que o maquinário da prefeitura foi utilizado, mesmo sendo licitado.

Constatou-se, também, que no terceiro aditivo do Contrato, formalizado em 05/07/2022, houve uma mudança no projeto, com diversas alterações que geraram aditivos e glosas. Essas mudanças resultaram em um acréscimo de 14,78% em aditivos no contrato. Assim, a empresa responsável pela construção do ginásio recebeu aproximadamente R$ 500 mil devido à alteração do projeto.
Identificou-se, ainda, que a administração municipal fraudou documentos para pagar parte de uma obra destinada à construção de um memorial. Não há certeza quanto aos valores despendidos para a realização da obra, que, em tese, foram superiores a R$ 200 mil. No entanto, sabe-se que a prefeitura pagou mais de R$ 80 mil à empresa responsável pela construção do memorial, por meio do terceiro aditivo da construção do ginásio. Por fim, os indícios apurados mostram que as licitações estavam direcionadas à empresa vencedora do certame.

Os trabalhos policiais revelaram indícios de fraude nos certames, incluindo o fato de que o projeto estrutural não foi elaborado pela empresa contratada originalmente pela prefeitura; o proprietário da empresa vencedora do certame havia adquirido o material para a cobertura do ginásio antes da abertura da licitação; o projeto estrutural e a planilha orçamentária foram produzidos pelo empresário vencedor do certame; e a elaboração dos editais continha cláusulas restritivas que garantiam a vitória da empresa. Essas irregularidades resultaram na suspensão de duas licitações pelo Tribunal de Contas do Estado, devido à limitação da competição. Apurou-se, ainda, que agentes políticos tiveram participação direta nas fraudes perpetradas.

As investigações também revelaram irregularidades na execução dos contratos decorrentes de duas tomadas de preços, celebradas entre o município de Forquilhinha e uma empresa da cidade, criada em 2021, para prestar serviços de jardinagem. A empresa estaria registrada em nome de terceiros, conhecidos como ‘laranjas’, com o objetivo de ocultar seu verdadeiro proprietário, que possui ligações com a administração municipal.
Em suma, apurou-se práticas questionáveis, como a manipulação de datas e pressões indevidas para a aprovação de notas fiscais e boletins de medição, mesmo sem a conclusão dos serviços, além de irregularidades nos processos de fiscalização e execução de obras.
Além disso, destacam-se os vínculos pessoais entre sócios da empresa investigada e figuras proeminentes da prefeitura, inclusive, a utilização de valores recebidos pela empresa nas eleições para presidente de uma cooperativa da região.

Foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra o empresário, além de quatro mandados de afastamento das funções públicas e 21 mandados de busca e apreensão. Também foi expedida uma ordem judicial para o sequestro de bens e valores no montante de R$ 1,7 milhão visando reparar os danos causados ao Município de Forquilhinha.
Os trabalhos contaram com o apoio da CECOR, da 1ª,2ª,3ª, 4ª e 5ª DECOR, das Delegacias da DEIC, das DICs de Criciúma e Caçador e da Delegacia de Polícia de Frederico Westphalen (RS).

 

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(Fonte: Polícia Civil de Santa Catarina)
Foto: PC/Santa Catarina

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