A Polícia Civil indiciou nesta semana uma mulher de 42 anos que teria se passado por oficial do Exército para aplicar 80 golpes no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Natural de Porto Alegre, ela responde por estelionato relativo a oito casos, conforme inquérito remetido na terça-feira (7) à Justiça.
Há ainda outros três inquéritos em aberto na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas. Ela foi detida dia 20 de maio, no município da Região Metropolitana, e segue detida preventivamente.
O prejuízo estimado às vítimas em pelo menos 18, do total de ocorrências, é de R$ 200 mil.
O nome da investigada não foi divulgado pela polícia, mas GZH apurou que trata-se de Carla Maria Castro Ferreira de Oliveira. Há também ocorrências contra ela em Santa Catarina, no Rio de Janeiro e no Paraná, de acordo com a Draco — que se limitou a repassar somente mais esta informação devido à Lei de Abuso de Autoridade.
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Golpes investigados
De acordo com o primeiro inquérito, a mulher usaria até uniformes militares simulando ser uma enfermeira do Exército. De acordo com o apurado pela polícia, se valendo da credibilidade da falsa patente de major, ela ganhava a confiança das vítimas com o objetivo posterior de oferecer supostas vagas e cursos nas Forças Armadas, bem como obter cartões de crédito, pedir dinheiro emprestado, não pagar por alugueis e até montar negócios em sociedade.
Muitas das vítimas eram idosos, mas há pessoas de várias idades entre os alvos dos golpes.
Segundo a investigação, a mulher teria criado um personagem para se deslocar entre cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Quando aplicava golpe em um local, desaparecia, voltava para casa e depois partia para outro município.
A suspeita também teria aberto um negócio em sociedade com pessoas que foram lesadas, deixando um prejuízo de cerca de R$ 60 mil para uma das vítimas. Ela chegou a ser presa em 2021, mas foi liberada posteriormente pela Justiça.
No dia em que a suspeita foi presa, mediante autorização judicial, foram apreendidos com ela uniformes militares completos — que seriam usados para encontros com as vítimas —, além de insígnias e distintivos correspondentes a um nome fictício usado por ela, segundo a polícia. Também foram localizados terminais de computadores e máquina para pagamentos com cartões.
A polícia pede que pessoas que tenham sido vítimas de golpes procurarem as equipes pelos telefones: (51) 3425-9056 e (51) 98459-0259.
Contraponto
O que diz a Defensoria Pública:
Segundo o defensor público Sérgio Fraga, ele está se inteirando das alegações contra a suspeita e soube do fato pela imprensa. Mesmo assim, está agendando um encontro com a presa para os próximos dias, para saber a versão da investigada, e já questiona o fato de ela não ter sido apresentada para uma audiência de custódia logo após a prisão.
Fraga deve ter acesso nesta quinta-feira (9) ao inquérito encaminhado à 3ª Vara Criminal de Canoas e destaca que ainda não houve oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público. O defensor público não descarta uma representação judicial para revogar a prisão preventiva ou então um pedido de habeas corpus.
Veja dicas para se proteger de golpes
- Golpistas, em geral, oferecem vantagens para atrair a vítima e têm pressa para obter lucro. Fique atento a isso
- Certifique-se de que a pessoa com quem você está conversando, seja pessoalmente ou pelas redes sociais, é ela mesma. Para isso, uma dica é telefonar para a pessoa. Também é possível entrar em contato com a instituição para checar se a pessoa realmente trabalha naquele local
- Se tiver um familiar idoso, oriente a pessoa sobre os golpes mais comuns e como se prevenir deles
- Desconfie de ligações de desconhecidos e nunca repasse informações pessoais
- Ao comprar algo pela internet, desconfie se o site só aceitar pagamento por boleto ou transferência, se tiver falhas ou erros na página e se o único contato for por WhatsApp
- Desconfie de publicações na internet que ofereçam serviços e bens por um valor abaixo do preço de mercado
- Não adquira produtos pela internet sem antes se certificar de quem está vendendo. Mesmo que seja um perfil conhecido, só efetue o pagamento após conversar diretamente com a pessoa
- No momento do pagamento, seja por Pix ou transferência, confira se o nome do destinatário é o mesmo de quem está adquirindo o produto
- Não repasse códigos recebidos no celular, por exemplo. Essa é uma das principais estratégias usadas para hackear contas no WhatsApp e no Instagram
- Durante a venda de item, só entregue o produto após o dinheiro entrar na conta ou receber o valor. Não confie em comprovantes de transferência porque eles podem ser falsificados
- Caso seja vítima, registre a ocorrência. É possível utilizar a Delegacia Online. Reúna todas as informações que podem servir como provas, como dados bancários, conversas por mensagens e fotografias
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Fonte: GZH