A cheia do Rio Taquari e o acúmulo de água provocado pelas chuvas ameaçam a maior parte do rebanho de suínos do Estado. O diretor executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, classifica a situação como “a mais grave” enfrentada pela suinocultura integrada gaúcha.
O dirigente relata que, na região, onde há plantas frigoríficas como Dália, BRF, JBS, Companhia Minuano de Alimento, Frigovale e Languiru, as dificuldades vão além da falta de energia e de comunicação. A mobilidade também está altamente prejudicada, impedindo que as indústrias disponibilizem insumos às granjas.
O diretor da Sips afirma também que poucos abates ocorrem no momento, já que a interrupção de rodovias impede o deslocamento dos trabalhadores às indústrias. “Algumas delas têm colaboradores com residência distribuída em dez municípios”, afirma Kerber, que também menciona preocupação com a saúde psicológica dos colaboradores.
“É o terceiro incidente climático que sofrem desde o segundo semestre. A pessoa fica sem condições de ir trabalhar”, analisa o dirigente.
Nas regiões Norte e no Noroeste do RS, de acordo com Kerber, o cenário produtivo suinícola é menos inquietante. É o caso de Três Passos, Seberi, Sarandi e Erechim, onde as chuvas não chegaram a prejudicar a produção.
Nesses locais, no entanto, há muitos problemas nas vias de acesso às plantas. Muitos colaboradores não conseguem chegar aos locais de trabalho e caminhões carregados não conseguem escoar os produtos.
Por enquanto, o dirigente considera cedo para avaliar os reais impactos sociais e econômicos para setor, principalmente em razão do isolamento das propriedades e do funcionamento precário das empresas do Vale do Taquari.
“Talvez na semana que vem, se pudermos recuperar a normalidade, ou a quase normalidade. A normalidade, mesmo, vai demorar a retornar”, adianta.
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Fonte: Correio do Povo