O chimarrão, bebida tradicionalmente apreciada no Sul do Brasil, é reconhecido por seus benefícios, como propriedades antioxidantes e energizantes. No entanto, segundo o fitoterapeuta clínico e neurocientista Júlio Luchmann, o horário e a quantidade de consumo podem ser prejudicial.
“Chimarrão até o início da tarde é remédio. Chimarrão depois das 15 horas é veneno”, declara Luchmann em um vídeo que já ultrapassa um milhão de visualizações nas redes sociais.
Luchmann, que também é doutorando em naturopatia, explica que a cafeína e a teofilina presentes na erva-mate, principais substâncias responsáveis pela energia que o chimarrão proporciona, têm meia-vida de mais de 12 horas no organismo. Assim, o consumo da bebida após as 15 horas pode interferir em uma boa noite de sono, porque essas substâncias afetam a adenosina, essencial para a indução do sono.
Além da cafeína, o especialista aponta que a ingestão de grandes quantidades de líquidos no fim do dia interfere na qualidade do sono. Conforme Júlio, o ciclo de absorção, reciclagem e eliminação da água leva de 6 a 8 horas. Beber chimarrão ou qualquer outro líquido em excesso após as 15 horas pode levar a idas frequentes ao banheiro durante a madrugada, diminuindo a produção de melatonina, o hormônio regulador do sono.
Outra questão que pode ser considerada é a temperatura da bebida, tradicionalmente consumida quente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão frequente de líquidos acima de 65°C está associada ao desenvolvimento de câncer de esôfago, já que a alta temperatura causa lesões ao longo do tempo.
Estudos também apontam que, apesar de benéfico em doses moderadas, o consumo excessivo do chimarrão está relacionado a problemas gastrointestinais, especialmente no Sul do Brasil, onde a bebida é culturalmente consumida em grandes quantidades.
“Nós poderíamos ainda falar de outros elementos como aumento de taquicardia, aumento de hipertensão no finalzinho do dia, então, tudo isso aí acaba entrando pra gente não indicar o chimarrão depois [das 15 horas]”, reforça Luchmann.
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Fonte: Oeste Mais