Na manhã de hoje (12), um acidente de trânsito novamente escancarou o problema vivido por Passo Fundo diante da burocracia e da falta de ambulâncias para cobrir as múltiplas ocorrências diárias na cidade. Embora Passo Fundo tenha SAMU e Bombeiros, que com muita dedicação prestam um serviço exemplar e no máximo esforço, o problema está relacionado a outros fatores.
Com um trânsito superior a 100 mil veículos, esses profissionais se deparam constantemente com vários acidentes ao mesmo tempo. Em paralelo, há ainda a situação de casos clínicos e outras urgências, que também demandam atendimento. Além disso, quem precisa ligar para o SAMU, por exemplo, se depara com um sistema padronizado e centralizado na Capital.
Lá, um atendente, que não é morador de Passo Fundo, tem a tarefa não só de falar com a pessoa que busca socorro, mas também de nortear o endereço para as equipes da cidade iniciarem o trabalho de resgate em um sistema atravancado que poderia ser mais direto.
No mais recente caso, uma mulher aguardou mais de uma hora por socorro após a moto em que ela estava derrapar em pedras soltas no asfalto, no Bairro Nossa Senhora Aparecida.
A mulher, que é também profissional da saúde, não pôde ser removida por populares devido à possibilidade de lesões. A população ligou para o SAMU, mas o socorro somente chegou após mais de uma hora.
Os socorristas, que nada têm a ver com o atraso, explicaram ao chegar até a vítima que a central havia repassado um endereço diferente, no interior de Passo Fundo. Em paralelo, outras opções de resgate, como os Bombeiros, estavam realizando atendimento para outras urgências.
A situação causou indignação na população, e a Uirapuru procurou o Presidente da Câmara de Vereadores, Saul Spinelli, para saber se algo pode ser feito diante desta situação, onde um sistema burocrático torna o atendimento de urgência engessado.
A sugestão dada foi um convênio entre o município e ambulâncias privadas, dando suporte quando o atendimento público demora, por qualquer motivo. Saul explicou que o tema já foi abordado algumas vezes. Disse que a cidade de Passo Fundo, sendo referência em saúde regional, com um grande orçamento para esta área, não pode ter esse tipo de deficiência em algo que é básico.
Sobre o SAMU, afirmou que a entidade tem seus critérios e regras que não mudarão. Disse que a Câmara sugeriu à Prefeitura de Passo Fundo que consiga uma autorização e instale uma regulação do SAMU em Passo Fundo, evitando Porto Alegre, além de fortalecer a estrutura do Corpo de Bombeiros e criar uma equipe municipal com ambulância para suporte semelhante ao SAMU. Para Saul, há alternativas que podem acabar com este problema.
FONTE: Rádio Uirapuru